segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

LYCEU CAMÕES


Ontem as eleições levaram-me ao Lyceu Camões (não, não voto lá, fui só a acompanhar). Conheço bem aquela fachada e tinha muita curiosidade de conhecer o interior. Fiquei literalmente pasmada quando entrei naqueles dois pátios, de que eu não suspeitava sequer a existência. Lindos, lindos, lindos... As portas de um azul já muito desgastado, o lambri de azulejos, os varandins e as colunas em ferro e no meio, as árvores... enormes. Procurei imagens para publicar aqui, mas mesmo no site oficial da escola não há nada que transmita verdadeiramente a beleza daquele edifício cheio de história, só consegui estas duas.
Tenho de lá voltar e levar a máquina, mesmo não sendo eu uma grande fotógrafa... :-)
Percebi os sinais de degradação e temo que qualquer intervenção que seja feita destrua aquela patine do tempo que lhe dá todo o encanto. Se eu mandasse. faria apenas o necessário para que o tecto não caísse em cima de ninguém, mas por favor... não mexam demais.

2 comentários:

  1. As intervenções em edifícios antigos como este nem sempre são bem executadas. É necessária uma sensibilidade muito apurada, pelo que somente através de uma leitura atenta do edifício existente é possível tomar as decisões para uma correcta conservação.
    A intervenção nova deve estar em perfeita harmonia com o existente, assegurando que as qualidades arquitectónicas, estéticas, entre outras, são preservadas e, simultaneamente, dotar o edifício de capacidade de resposta às necessidades contemporâneas.
    Apoiando-se neste último aspecto, muitas das intervenções que se praticam no nosso país resultam numa atitude leviana para com os edifícios históricos, que são um legado que nos vai sendo deixado pelos nosso antepassados. Como exemplo disso veja-se o caso da substituição dos vãos de madeira por alumínio. Esta é uma opção, apesar de aumentar a eficiência térmica dos vãos, resulta sempre numa perda de "identidade" dos edifícios históricos. Muito embora tenham sido dados avanços significativos na concepção de janelas em alumínio, estas não possuem a beleza das de madeira.
    Não querendo estender-me muito mais neste comentário, resta-me dizer que sim, os nossos edifícios históricos merecem ser recuperados, reutilizados, pelo que se deveria investir muito mais na especialização de profissionais, de forma a que estes adquiram as competências necessárias para este tipo de intervenções.

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  2. Estou plenamente de acordo Raul. É pela formação que se pode inverter esta situação.

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