terça-feira, 30 de abril de 2013

ROBERT GERVAIS

Andei a navegar pelo site do designer francês Robert Gervais, que já conhecia de ver alguns dos seus projectos publicados em revistas de referência e só posso dizer-vos que reforcei a minha admiração. Sei que provavelmente alguns acharão estas casas demasiado boring devido à ausência de contrastes de cor, mas eu adoro. Começando pelas paredes beje, que nas suas diversas tonalidades envolvem de imediato os ambientes em conforto e requinte. As suas cozinhas são magníficas... nem sempre é fácil obter esta combinação perfeita entre modernidade/tradição, sofisticação/ausência de pretensiosismo.

imagens Robert Gervais
São preservados alguns elementos arquitectónicos de origem, mantêm-se a ferrugem, as fissuras e toda a patine natural do tempo. 

O seu trabalho estende-se também à produção de ambientes para catálogos e showrooms de lojas/ateliers em que o estilo que emprega nos projectos habitacionais está presente, no seu melhor.



segunda-feira, 22 de abril de 2013

100IDEIAS DE UMA CASA

Da ultima vez que falamos de portas recicladas, a Catarina comentou que tinha usado uma ideia semelhante no quarto. Então fomos avivar a memória e pedimos emprestadas as imagens da sua casa em Águeda para vos mostrar. Claro que já conheciamos a sensibilidade que a Catarina tem para criar ambientes encantadores, seja numa casa nova a estrear ou noutra repleta de passado. Por onde passa deixa uma marca feita de branco, de peças contemporâneas combinadas com achados de rua e refugo industrial, muitas memórias e afecto. Exactamente a mistura que apreciamos por aqui. E tal como outras histórias felizes que nos emocionam, também a sua caminhada que fomos acompanhando, de casa em casa, nos permite  reconhecer que esta é, sem dúvida, uma delas!

No quarto criou-se espaço para o berço, recuperado num tom de cinzento muito bonito.
imagens cedidas por chá de bergamota

quarta-feira, 17 de abril de 2013

ORGANIZAR, ILUMINAR, PINTAR

imagem via
Há 3 curas fundamentais para dar vida nova a um espaço e BOA NOTÍCIA: são as três bastante económicas! 
Aqui ficam elas por ordem de importância:
1º Despoluir!
Refiro-me a arrumar zonas desorganizadas, estantes com livros caídos, o cesto dos jornais e revistas, os objectos que vão ficando em cima dos móveis, os fios eléctricos a espreitar por tudo quanto é lado. Normalmente a solução é arranjar mais um móvel para arrumar o que já não encontra lugar, mas eu prefiro eliminar pura e simplesmente o que é excessivo. Para quem ainda tem expectativas optimistas deixem-me que vos diga: até prova em contrário, aquilo que guardamos porque um dia pode vir a ser útil, nunca mais o será. É apenas o nosso apego aos objectos mascarado de espírito utilitário... Esqueçam!
2º Iluminar bem!
Isto não significa colocar uma lâmpada de grande potência no meio do tecto e muito menos uma calha com spots direccionáveis a apontar para todos os lados. Significa ter uma variedade de pontos de luz adequados às diversas funcionalidades da habitação. 
3º Pintar!
A tinta é das formas mais económicas e espectaculares de transformar um espaço. Desde paredes, a portas e móveis, não há divisão que não possa levar uma volta de 180º com a ajuda de umas latas de tinta. 
Durante as próximas semanas intercalando com outros assuntos, iremos falar destes três temas, comparando certo e errado, simplificando problemas e partilhando soluções. Passem por cá!

terça-feira, 16 de abril de 2013

HÁ HISTÓRIAS FELIZES


Neste momento de desespero que o país atravessa, com esta nuvem cinzenta que não parece querer sair de cima das nossas cabeças, com a economia, com a chuva que só agora nos largou, com a tristeza com que nos cumprimentamos num típico português "vai-se andando" cada vez mais mentiroso, precisamos MUITO de conhecer histórias felizes. E esta que vos conto hoje parece ser definitivamente uma delas. A Natércia e o Pedro tiveram a coragem de agarrar a oportunidade com que tantos de nós sonham e deixaram empregos bem sucedidos, vidas organizadas na cidade e instalaram-se num monte em plena Costa Vicentina. Mas esperem... a história é ainda mais bonita do que isto. Aquele não era um monte qualquer, era a casa onde o Pedro nasceu e foi criado até aos 3 anos de idade. Foi ele a última criança a nascer naquela aldeia, há 40 anos atrás e... têm um bebé a caminho que será o primeiro a nascer ali depois do pai!
A casa era dos avós e ficou desabitada quando chegou a sua vez de partir, um a seguir ao outro como tantas vezes acontece com os velhos casais muito unidos. Já nada parecia ligar a família aquele lugar, até que a decisão veio cheia de força: era ali mesmo que iriam viver! 
Depois de definitivamente abandonados os compromissos citadinos, funcionário público (ele), responsável pelo marketing de uma grande empresa (ela), foi deitar mãos à obra e recuperar a casa principal para habitação, dar-lhe condições de conforto mais actuais. Mais tarde, com o objectivo de gerar algum rendimento, transformaram-se uns anexos em quartos para turismo rural e ainda para um espaço de cozinha/sala de lazer e refeições para os hóspedes 
Tudo isto foi feito pelos dois, desde o projecto, às obras, recorrendo sempre que necessário a empreiteiros locais para os trabalhos mais exigentes. Sem subsídios nem apoios. Com avanços e recuos mas sempre com muita criatividade e trabalho, a matéria-prima essencial com que se fabricam os sonhos... e assim surgiu o Monte do Sapeiro.











segunda-feira, 15 de abril de 2013

100IDEIAS DE UMA CASA

O apartamento que hoje mostro nas 100IDEIAS de uma casa é um apartamento de praia concebido pelo atelier Civico Quattro. Não se trata de uma habitação permanente pelo que não está personalizada, mas apesar da ausência de molduras e livros, nem por isso lhe falta carácter. As cores, a distribuição do espaço, a simplicidade com que está equipado tornam-no um excelente exemplo de design de interiores que merece ser partilhado aqui. As cores são neutras, o branco é dominante, mas a paleta desdobra-se em tons de castanho e cinzento criando uma harmonia repousante. Em vez de sofá, vemos colchões empilhados com almofadas preparados para fornecer camas-extra, sempre úteis num apartamento de férias. Trata-se, em resumo, de um espaço equipado com peças económicas mas que pela inteligência com que foi concebido mostra toques de requinte e muitas ideias a recriar. Quem não fazia as malas (já) para aqui passar um fim-de-semana?

























E não resisto ainda a mostrar-vos outro trabalho, do mesmo atelier, desta vez uma casa de turismo rural em Itália, Malatesta. A forma como os móveis antigos são integrados no ambiente contemporâneo, quase camuflados na mesma cor das paredes, deixando-os "saltar" apenas pelo contorno das suas linhas é maravilhosa.







sexta-feira, 12 de abril de 2013

IDEIAS À SEXTA

produção Sofia Pinheiro, fotografia Constantino Leite
Não preciso de voltar dizer a ninguém que adoro portas e janelas velhas. Nem de justificar porque vos mostro mais uma reutilização de porta hoje. Nesta proposta utilizou-se uma velha portada como cabeceira de cama, numa casa de campo de registo boémio. Neste caso a tinta só foi retirada das laterais deixando o interior com a pintura desgastada original. Para encontrar estas portas basta estar atento ao que se passa na rua, ou procurar em empresas de demolições. Contactar os fornecedores de alumínios, responsáveis por instalar janelas "modernas" pode ser também um óptimo recurso para obter destas maravilhas. Bom fim-de-semana!
Publicado por Sofia Pinheir

quarta-feira, 10 de abril de 2013

COMIDA DE RUA

Esqueçam tudo o que sabem acerca das roulottes de bifanas à porta dos estádios de futebol e feiras de aldeia. Esqueçam também as barraquinhas exóticas e o molho gorduroso a escorrer das mãos do Anthony Bourdain por esse mundo fora. Esta sim, é a cozinha itinerante que deve valer a pena encontrar no caminho. Trata-se de Del Popolo uma pizzaria em movimento, construída a partir da adaptação inteligente de um contentor a um camião. Toda a imagem é cuidada ao pormenor e as pizzas que saem do seu forno de lenha parecem deliciosas. É pena que S. Francisco fique um pouco fora de mão...








imagens via

terça-feira, 9 de abril de 2013

VINTAGE PYREX



imagem via

Estas tijelas podem parecer actuais, mas na realidade são peças cuja produção se iniciou na década de 40. Exactamente iguais aquelas que saiam dos armários, na casa da minha infância, significando festa ou lanche de bolo! Foi uma boa surpresa encontrar estas peças tão familiares em numerosos sítios pela internet. São consideradas icónicas, integram extensas colecções de pyrex vintage e fiquei a saber aqui que este tipo de vidro leitoso, indicado para altas temperaturas e tão usado nas nossas cozinhas tem origem na Corning Inc, empresa que no início do século XX inventou um tipo de vidro especialmente resistente para os faróis dos automóveis. Quando a mulher de um dos sócios resolveu cozinhar um bolo usando um desses faróis como recipiente e obteve excelentes resultados não demorou muito até começarem a produzir o famoso pyrex para as cozinhas de todo o mundo. 
Se as tijelas da imagem de cima continuam em casa da minha mãe a nutrir o imaginário de novas gerações de crianças, outros pyrex igualmente utéis já foram raptados para a minha cozinha. Não tenho o fascínio por Tupperware de alguns, embora talvez um dia ainda dedique um post a esta marca que também teve o seu papel na História. Mas para mim, prefiro de longe estas práticas tacinhas de vidro de tampa transparente que agora tenho comigo!

via pinterest

sexta-feira, 5 de abril de 2013

IDEIAS À SEXTA

Querem um candeeiro que dê uma luz agradável e acolhedora a custo zero? Aqui fica uma ideia fácil, fácil que criei para a revista IDEIAS. Um simples cartucho de papel craft preso com um elástico ou uma fita à volta do suporte eléctrico e já está! Há alguns cuidados a ter, como usar uma lâmpada de baixo consumo que aqueça pouco e mantê-la sempre afastada do papel, como com qualquer outro abatjour. 
E uma almofada pronta num minuto, gostavam? Então usem um envelope dos correios daqueles com revestimento interior em plástico de bolha, introduzam um enchimento de dracalon, fechem e está pronta!


produção sofia pinheiro fotografia margarida dias



quinta-feira, 4 de abril de 2013

ARMÁRIO DE COZINHA NA SALA?

Uma das ideias de que já vos falei é a adaptação de módulos de cozinha básicos e económicos para espaços de estar. Bem integrados podem parecer coisa boa e cara. Um dos truques para isso é aplicar um tampo em madeira rústica ou combinar com uma superfície em cimento. 

via

Para um resultado ainda mais elaborado aplicam-se ilhargas laterais. Ninguém diria que esta sofisticada consola de hall de entrada é na realidade um armário de cozinha.

Via Manhatan nest




quarta-feira, 3 de abril de 2013

O PIOR CEGO É...


O meu primeiro computador foi um Macintosh. Em casa já havia um vanguardista portátil Toshiba mas nunca me interessou aprender a funcionar com ele. Só quando finalmente comprei a minha bolinha azul o mundo dos computadores começou a fazer sentido para mim. Era um mundo bonito, fácil e que funcionava bem, sem os bloqueios e viroses dos outros. Eu não tinha de programar nada só precisava de saber fazer duas coisas: arrastar e largar documentos para dentro de pastas  (o tradicional "drag-and-drop" da Apple era imbatível). Para aceder à internet precisava de ligar por alguns minutos um cabo que fazia um barulhinho engraçado para estabebecer a ligação telefónica. A minha bolinha era mesmo gira e todos os computadores bejes me pareciam horríveis, quadradões e desinteressantes. Só que passado pouco tempo... a bolinha começou a dar problemas. Não era uma questão de avaria, simplesmente os novos programas já não corriam ali. Estava obsoleta, nada a fazer. Tive alguma pena, mas já estava agarradinha à marca e superei o desgosto com as maravilhas tecnológicas seguintes, cada qual mais bonita do que a anterior. Todas para deitar para o lixo tempos depois. Isto parecia estranho, mas nunca me preocupou excessivamente, é assim que funciona a tecnologia, está em constante evolução, justificava-me. De vez em quando ouvia rumores acerca da falta de ética da Apple mas não me apetecia aprofundar a questão. Continuava enamorada, after all these years. Ontem, no entanto, assisti a um documentário na Sic Notícias que incluia o pequeno filme Ipod dirty secret que me obrigou finalmente a ver aquilo que eu não queria. E digo-vos meus amigos, há algo que não é bonito na marca mais cool do planeta. Algo chamado obsolescência programada, que em bom português significa nascer com os dias contados. Não porque tenha de ser assim, mas porque é essa a política da empresa. As baterias não são substituíveis, as novas aplicações não correm em modelos antigos, simplesmente porque foram programadas para não o fazer, os aparelhos estão selados e quase impossíveis de abrir para reparação. Tudo para que a compra do modelo seguinte seja inevitável e o destino do brinquedo actual seja o lixo!
Ainda estou a gerir a minha "desilusão amorosa", não sei bem que atitude tomar. Abandonar a marca está fora de questão, o sr. Windows nunca me foi apresentado e continuo a obter óptimos resultados a "arrastar e largar". Mas de hoje em diante vou andar de olhos abertos e finalmente encarnar a  consumidora consciente que me esqueci de ser! A Apple é uma marca como outra qualquer, não é mais fixe do que as outras, nem mais nossa amiga, pelo contrário. Tem produtos inovadores e boa publicidade, só isso... não merece que lhe entreguemos também o nosso coração.


segunda-feira, 1 de abril de 2013

CASA COM VISTA SOBRE A CIDADE

Se é verdade que me encantam as remodelações que respeitam os elementos arquitectónicos e a estrutura de origem, não posso ficar indiferente a um espaço como este, totalmente virado do avesso em que se rasgaram paredes, alteraram volumes e todo o interior foi refeito, deixando-o irreconhecível. De todas as casas em que já entrei profissionalmente, com uma equipa de produção e fotografia, esta foi uma das que mais me encantou pela forma fabulosa como a luz de Lisboa se espalhava e reflectia nas paredes brancas e nas madeiras claras. 



fotografia JMFigueiredo
Trata-se do último andar de um prédio antigo em que se aproveitou a zona sob o telhado para a criação de um quarto extra, aberto em mezzanine sobre a sala. Para lá chegar sobem-se os degraus suspensos de uma escada que é o elemento central deste projecto. O pé direito no seu ponto mais alto atinge os 5 metros proporcionando um tipo de amplitude visual que normalmente só encontramos em casas construídas de origem e fora da cidade, nunca num andar do início do século passado. E sabe bem circular por entre estas paredes, está-se bem neste espaço. Sem querer ser demasiado new age, dir-se-ia que a energia flui! 

fotografia JMFigueiredo







Os interiores são da responsabilidade do atelier Salto Alto que se encarregou de preencher as diversas zonas com móveis de lojas em segunda mão e outlets de fábrica, num esforço bem conseguido de equipar o espaço a baixo custo. O terraço com vista sobre Lisboa é a surpresa final.

fotografia JMFigueiredo