sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

100 IDEIAS


fotografia©sofiapinheiro
Hoje quero falar-vos de uma revista que os mais novos não conheceram mas que se mantem certamente na memória de alguns da minha geração e mais velhos. Esta revista francesa, 100 idées de seu nome, contribuiu sem sombra de dúvida para a minha formação e para as minhas escolhas profissionais futuras. Começou a aparecer lá em casa era eu ainda uma criança, o primeiro exemplar que tenho guardado é de 1976. A minha mãe não comprava sempre, era dificil de encontrar, quando alguma amiga conseguia um exemplar este era trocado e partilhado, as ideias discutidas e muitas vezes postas em prática. O que fazia desta revista um caso especial no panorama das revistas femininas era a sua clara afirmação pela diferença. Ao folhear estas relíquias posso encontrar uma reportagem sobre ponto de cruz em que viajamos pelo folclore da Europa Central ou uma reportagem sobre origami perfeitamente enquadrada no seu contexto histórico e social de origem. As produções são extremamente modernas, no sentido em que têm uma actualidade que as mantem válidas, sem aquele aspecto levemente ridículo que nos provoca um sorriso quando vemos as imagens típicas dos anos 70. Estas não. Algumas podiam ser publicadas hoje, quase sem alterações. 
As ideias eram apresentadas de forma fácil, havia um caderno de explicações com os graus de dificuldade assinalados e uma legião de seguidores: os "centidéalistes"que não só realizava as ideias sugeridas, como enviava as fotografias e partilhava as suas obras, criando um verdadeiro sentido de comunidade, raro para a época. Mas o que levava esta revista directamente ao coração das pessoas era o grau de identificação que promovia, as modelos eram raparigas comuns, que encontramos na porta ao lado, havia famílias completas, avós e avôs, os homens com as crianças a assumirem o seu novo papel na família. Mais do que uma revista de modas e bordados, promoveu novos estilos de vida. Não é preciso dizer muito mais para perceberem que este nome - 100 ideias - tem uma enorme carga afectiva para mim. 


1 comentário:

  1. Lembro-me lindamente desta revista....e de de vez em quando aparecerem uns exemplares em casa dos meus Pais e de eu pensar que queria fazer tudo!

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