Bom dia! A propósito da noite dos Óscares, li uma reportagem num dos jornais de fim-de-semana acerca do local onde os laureados guardavam a estatueta. Achei a maior hipocrisia os que diziam que guardavam na casa-de-banho, como se não ligassem nenhuma, até porque já eram tantos a fazê-lo que nem sequer era irreverente ou original... Mas hoje falo disto porque no meio desses depoimentos li uma frase de Anthony Hopkins, aliás Sir Anthony Hopkins, que era mais ou menos assim: O pior dos Óscares é quando achamos que temos de nos transformar no tipo de pessoa que os recebe!
Ou seja, a mente humana gosta de organizar, separar e classificar tudo. As pessoas estão arrumadas por categorias, os que recebem Óscares, os ricos, os pobres, os jovens, os que moram não sei onde. Tudo isso é normal, quase todos o fazemos inconscientemente, mas quando nos distanciamos de quem somos para agir de acordo com o que se espera de nós, ou para nos aproximarmos de uma imagem criada pelos outros, é triste!
Outra categoria com um perfil muito definido na imaginação colectiva é a da pessoa que trabalha no mundo da decoração. De acordo com o estereótipo habitual, acordamos sempre fantásticas, sem olheiras, e de saltos altos enfiados nos pés. Vivemos em casas de revista, sempre impecáveis, sem nada fora do sítio. É quase como a cantiga da
bailarina (adoro a versão da Adriana Calcanhoto). Ora se há coisa que eu tenho procurado fazer neste blog é não só manter-me fiel a quem sou, como arranhar um bocadinho as ideias feitas. Podemos não gostar todos da mesma coisa e não ser todos iguais? Para começar, adoro uma cozinha antiga daquelas que seriam provavelmente arrasadas nas remodelações da TV que vemos por aí. Tirar o melhor partido possível do que já existe, é o desafio que mais gosto de ter pela frente!