

Uma das coisas que me aborrecia no Feng Shui era a ideia de que tudo o que está estragado deve ser imediatamente deitado fora. Troncos de madeira seca, um vaso de barro rachado, tudo isso seria considerado matéria morta e não teria lugar nas nossas casas dado que afectava negativamente o equilíbrio de energias. No entanto, essa perspectiva vai um pouco contra a minha abordagem e andei nessa contradição durante algum tempo. O livro que comprei recentemente, Recycled Home, de Mark and Sally Bailey (na imagem tirada daqui) tem algumas imagens muito bonitas de como é possível tirar partido dos defeitos e encontrar beleza nas texturas de materiais com marcas do tempo e está definitivamente no caminho daquilo que me apetece explorar.
Estava eu nestas conjecturas, quando a aula e o maravilhoso livro do especialista de feng shui Simon Brown, Pratical Wabi Sabi me fez compreender que de acordo com algumas correntes orientais, este tipo de abordagem não só é possível como é, ela própria, uma forma de meditação e contemplação. Um tronco seco retorcido pelo tempo, uma mesa de madeira com diversas camadas de tinta num "decapé" natural criado pelos anos, só são um problema se a mente humana os rotular de "errados". Caso contrário podem ser muito mais interessantes do que uma mesa muito envernizada, novinha em folha.

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