quarta-feira, 30 de outubro de 2013

QUARTO DE CRIANÇA

Não sou grande fã de bonecadas em quartos de criança. Acho que há uma utilização excessiva de padrões e personagens nos quartos infantis, tornando-os cansativos e pouco favoráveis ao descanso. Este quarto de paredes brancas, tem como único elemento de destaque o roupeiro pintado de verde ervilha. Uma barra num tom de verde mais escuro na parede de fundo faz a ligação ao tom da arca antiga onde se guardam os brinquedos, equipada com rodas. 
Só continuo sem perceber a obsessão escandinava por cabeças de veado, mas... que se há-de fazer? Gosto deste quarto na mesma e é muito fácil de recriar. 

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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

NEUTRO MAS NÃO ANÓNIMO

Hoje voltei a escolher uma casa de características aparentemente simples. Resolvi continuar nesta linha porque encontramos este tipo de acabamentos na maior parte das construções mais recentes, são assim a grande maioria das casas que me pedem para decorar, apartamentos a estrear com pavimento em madeira de carvalho, portas na mesma madeira, puxadores de aço, sem frisos nem sancas, nem elementos arquitectónicos interessantes. Arquitectura anónima muito dificil de personalizar sem levantar chão e substituir portas, algo que obviamente ninguém quer fazer quando compra uma casa nova. Neste  apartamento russo o ambiente criado aposta nos neutros e todo o interesse decorativo se baseia na repetição exaustiva dos tons de beje, cinzento, branco, com a única excepção do escritório com sofá azul e almofadas estampadas. Os candeeiros criam impacto... quem precisa de uma cor contrastante quando se tem peças destas a gritar: "olhem para mim"? 

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Depois os textêis: linhos de qualidade, cortinas e estores feitos por medida, nada daquela coisa com argolas e bainha universal que se compra nas lojas baratas e que nunca se adapta convenientemente. Para criar interesse num espaço assim é necessário investir nos detalhes. Claro que faltam os retratos de família, uma peça ou outra com história, mas ainda assim considero este apartamento um bom exemplo de como criar uma base interessante num apartamento anónimo. Eu não me sentiria mal neste espaço tranquilo e tão bem iluminado.






sexta-feira, 25 de outubro de 2013

PEQUENOS TRUQUES

via pinterest


Porque é que as pessoas desistem tantas vezes de fazer pequenos trabalhos de reciclagem e pintura? Porque, segundo elas, dá demasiado trabalho e demora demasiado tempo. Hoje partilho um truque para acabar de vez com essas desculpas. Nada de lavar o tabuleiro e raspar os restos de tinta seca. Basta forrar com papel de alumínio que depois se remove e coloca no contentor da reciclagem. Poupa-se água, trabalho e tempo. Mãos à obra!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

ISTO NÃO É UMA CASA… É UMA COR!

imagens via Remodelista
Ok, isto afinal é uma casa, mas eu explico porque é que está aqui hoje. Pela sua cor, (claro) já o disse aqui milhares de vezes, é de todas a minha preferida, chamem-me aborrecida à vontade. A verdade é que adoro encontrá-la na parte de trás das folhas de oliveira, no mar em certos dias de Inverno, no meu cachecol favorito e também em casa, num e noutro pormenor que transporto comigo sempre. O que eu não sabia é que esta cor, até aqui tão difícil de definir para mim, tinha um nome que lhe assenta na perfeição: French Gray! O cinzento francês que não é cinzento... é verde e que encontramos em Paris nas fachadas das lojas, nas portadas das janelas  e nas cadeiras nos jardins. Claro que esta cor não podia ter outro nome e assim foi muito bem baptizada pela Farrow & Ball e utilizada de uma parede à outra desta renovação de um apartamento em Brooklyn. O apartamento não é um qualquer, situa-se num edifício histórico, 47, Plaza Street, conhecido pelo "Flatiron de Brooklyn" e adoro a forma como a cor unificou o ambiente, que mantem grande parte dos elementos originais. Entrem connosco:







sexta-feira, 18 de outubro de 2013

IDEIAS À SEXTA: DESENHAR COM LIXIVIA

Mais uma excelente ideia via pinterest. Com um simples lápis-borracha mergulhado em lixivia desenhamos um motivo floral simples num tecido de linho ou algodão escuro. As imagens falam por si. Bom trabalho e bom fim-de-semana!





quinta-feira, 17 de outubro de 2013

MOBILIÁRIO URBANO E CALÇADA PORTUGUESA

Quando passeio por certos locais, nas cidades que tiveram intervenções recentes, tenho uma sensação de desconforto pela frieza dos materiais e pela aridez dos espaços reabilitados. Salvo raríssimas excepções, como estes bancos de betão com pintura de riscas concebidos para a Expo98 pelo arquitecto Carrilho da Graça, o pomposamente denominado mobiliário urbano limita-se a uma variante pouco criativa de paralelipípedos de granito que servem ou de banco de jardim, ou de chafariz, ou de mesas.
via





Os pavimentos são igualmente monótonos: lages lisas a cobrir áreas intermináveis. 










O pior é que gradualmente começamos a ver a nossa calçada portuguesa a ser substituida pelo dito pavimento de betão branco e fico sempre revoltada pela nossa impotência enquanto cidadãos perante tais decisões. Da mesma maneira que permitimos que os nossos taxis únicos fossem transformados nos mais discretos, invisíveis e "sem-graça" do mundo, estamos a começar a assistir a uma abusiva substituição da nossa maravilhosa calçada em troca de um pavimento "mais cómodo", li-o na Visão de 19 de Setembro, a propósito da repavimentação da Rua da Vitória, em que se substituiu a calçada portuguesa por lajes de Lioz. Segundo esta mesma notícia, "a Câmara pondera fazer o mesmo noutras ruas da Baixa". Não sei o que fazer perante isto, portanto...faço um post. Fico tão farta dos nossos brandos costumes, por vezes!
Via pinterest

ÁRI

terça-feira, 15 de outubro de 2013

ROBERTY BRONWASSER

Por aqui fala-se muito de reciclagem e reutilização, os tempos que atravessamos assim o exigem e também sabemos que essa nova atitude é essencial para a sobrevivência do planeta. Mas isso não quer dizer que não gostemos de coisas novas, acabadinhas de criar, inovadoras. Recentemente descobri as criações do designer holandês Robert Bronwasser que detém a marca Smool.





Reparem na televisão que transforma completamente a ideia que temos de uma caixa preta rectangular. Eu escolho a versão neutra, com o pormenor delicioso do fio azul, mas há modelos mais coloridos que terão a preferência dos incondicionais da cor que eu sei que andam por aqui.
Em segundo lugar adoro a linha de painéis de parede Pillow editada pela Cascando. Também gosto da facilidade com que podemos inspirar-nos nesta ideia e criar as nossas próprias versões DIY em feltro. Vejam:
Publicado por Sofia Pinheiro





segunda-feira, 14 de outubro de 2013

SIMPLES MAIS SIMPLES... NÃO HÁ!

O simples é uma coisa muito complicada. Conseguir fazer algo que pareça naturalmente simples é muito dificil, exige um plano bem definido e uma capacidade notável de desprendimento que nos permita eliminar, sem dó nem piedade, tudo aquilo que não entra no plano inicial. Quem o consegue fazer, tem direito a viver num ambiente tranquilo como o deste apartamento holandês, que parece realmente tão fácil de conseguir. Pois não se iludam... não é! Para começar temos a cor das paredes que até podiam ser brancas... mas não são. São de um suave tom de areia que combina com o chão de madeira clara que parece em bruto. Depois de afagado, a madeira foi submetida a um tratamento branqueador e o acabamento com verniz incolor deixou-o assim... lindo. A esta base clarinha juntaram-se os móveis que podiam ser vulgares, mas também não são. São peças únicas que chamam a atenção, o sofá feito de troncos, as mesinhas de apoio originais e o pouf em tricot tamanho XL.

imagens via

No quarto mantem-se o esquema neutro. Não há cabeceira, não há uma mesa de apoio complicada, mas quem se lembraria de criar aquela composição na parede com contas de madeira... tão "simples"?


Por último a cozinha, com as mesmas madeiras branqueadas e o mesmo tipo de decoração na parede. Quem aqui vive é a dona da loja Sukha que terei de espreitar um dia que volte a Amsterdam!










sexta-feira, 11 de outubro de 2013

IDEIAS À SEXTA: CÓMODA

via
Comprar uma cómoda nova por menos de €25 é um achado. Claro que por este preço não se pode exigir muito da sua aparência, mas ainda assim, é um pequeno móvel de madeira maciça! Resta-nos usar a imaginação e transformá-lo. O pinterest está cheio de ideias originais, mas esta que vos mostro hoje, é das mais conseguidas. Vejam a explicação passo-a-passo aqui. Bom fim-de-semana!

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

ANTES E … DURANTE

Uma das coisas que me dá a garantia de que as pessoas confiam no meu trabalho é quando antigos clientes voltam a chamar-me. Isso já tem acontecido diversas vezes, se  mudam de casa ou acabaram de comprar um apartamento de férias e até para lhes renovar o escritório da empresa. Mas esta foi a primeira vez em que me voltaram a chamar para renovar exactamente a mesma casa. Já vos falei dela aqui. Foi um projecto algo exigente porque a casa tinha sido comprada já pintada de amarelo pelo construtor. Era tudo amarelo, desde os quartos aos corredores, até a despensa. Como é um apartamento de grandes áreas, pintar de novo, com a tinta amarela ainda fresca, era algo que os meus clientes não estavam dispostos a fazer. O meu esforço foi no sentido de equilibrar as coisas, mantendo o amarelo como cor base e através de apontamentos neutros tornar a decoração mais actual. 
ANTES fotografia Sofia Pinheiro



O papel de parede com círculos é um padrão que me agrada e que já usei várias vezes noutras cores pelo que fiquei com alguma pena de o remover mas... o que me pediu agora esta família, finalmente cansada de tanto amarelo foi que usasse branco! E aqui está a enorme sala já em vias de transformação.
Arrastando os móveis para uma nova disposição/fotografia Sofia Pinheiro
O sofá que anteriormente estava forrado num linho beje mesclado foi agora estofado em cinza claro e assumiu uma posição diferente. O módulo da TV Ethnicraft que costumava ter pés, passou a ter rodas. Na parede de fundo, em vez do papel de parede, pintou-se um tom suave de cinza. Sobre o sofá colocaram-se prateleiras RIBBA para molduras. Ainda há muito trabalho pela frente, mas já começa a aparecer um novo ambiente,  aproveitando a maior parte das peças da anterior decoração. Haverá mais imagens em breve!

fotografia Sofia Pinheiro

terça-feira, 8 de outubro de 2013

HOLGER NIELSEN E A VIPP

Ser uma vítima nunca é bom. Ser vítima da moda é péssimo e pode dar resultados desastrosos e ridículos, todos já vimos. Quando a obsessão pelas tendências se transporta para o mundo do design os efeitos podem não ser melhores. No entanto, há uma diferença assinalável entre o obcecado pela moda e um design victim. Este não procura apenas a última tendência, pretende sobretudo acumular todos os clássicos do design, numa atitude de coleccionismo que não tem a ver com gosto pessoal, funcionalidade ou conforto, é outra coisa. Dito isto e criando assim as devidas distâncias desse comportamento, tenho de confessar que há algumas peças que se tornaram clássicas do design moderno e que eu adorava ter um dia. Pela sua qualidade, durabilidade e perfeito desenho de linhas, são tentadoras. Uma dessas peças que ambiciono, nem sequer ficaria na sala, em lugar de destaque. Pelo contrário ficaria arrumada a um canto da cozinha para uso exclusivo da família, sem exibicionismos. Estou a falar do caixote do lixo Vipp .





Claro que pagar quase €300 por um caixote do lixo é algo que não me disponho a fazer, mas... como estou prestes a trocar, outra vez, o meu ferrugento  Knodd, pergunto-me se não valeria a pena o investimento. A história deste ícone do design é interessante: foi criado por Holger Nielsen, um fabricante de mobiliário metálico dinamarquês, para o cabeleireiro da sua mulher, em 1939, mas rápidamente começou a ser solicitado para consultórios de dentista e pequenas oficinas. As suas características de resistência fizeram dele "O caixote do lixo". A marca, que continua nas mãos da família, mantem-se actual, lança anualmente novas colecções e algumas edições especiais. Este ano, em parceria com a concept store Merci, criou um modelo inspirado no seu famoso saco de papel, ou seja, tentação a dobrar...


Saco de papel Merci, criação do estúdio be-poles