terça-feira, 29 de janeiro de 2013

VISITA À MERCI STORE

Já estão fartos da feira? Então vamos à Merci, também visita obrigatória. As suas exposições temáticas são sempre interessantes para quem se interessa por design, desta vez o tema estava ligado à gastronomia. Destaco desta exposição as garrafas de Coca-Cola recicladas que se transformam numa colecção de copos, taças e pratos, com o tom exacto de vidro das originais, a Bottleware

fotografia©sofiapinheiro

Gosto muito deste espaço, com o ambiente industrial, as velhas portas, simplesmente encostadas às paredes pintadas num tom de rosa pálido, e todo o conforto acolhedor como se fossemos esperados em casa de amigos.

fotografia©sofiapinheiro
Os linhos amachucados de que tanto vos tenho falado têm novas cores que combinam os tons neutros e pastel com os vivos quase fluorescentes. A visita não desiludiu: Merci!

fotografia©sofiapinheiro


segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

HALL 8 HAY DESIGN



O stand da Hay ainda no Hall 8 foi dos que mais gostei de visitar. Esta marca dinamarquesa tem uma gama bastante abrangente de artigos, para todas as zonas da casa e escritório. As peças estão expostas numa estrutura de prateleiras abertas em madeira crua, tipicamente escandinavas, como seria de esperar. Os tons pastel, combinados com a madeira sem qualquer tratamento ou velatura são uma das tendências que encontrei por toda a feira e de que ainda vos quero falar nos próximos posts. O video vem daqui.




HALL 8 "NOW, DESIGN À VIVRE"

Continuando o percurso pela Maison et Objet, no Hall 8 onde aliás se encontrava o café da Marie Claire maison de que já vos falei encontramos a mesma espectacularidade dos grandes stands mas numa abordagem mais contemporânea bem distante dos ambientes do Hall 7. Marcam presença tanto fabricantes como editores e designers e todos têm uma palavra a dizer "agora". Aqui vi, com agradável surpresa o trabalho do designer português Marco Sousa Santos e as peças da sua recém criada marca branca-lisboa. A cadeira tradicional portuguesa revisitada, construída agora numa madeira de melhor qualidade e com uma estrutura mais resistente será uma aposta ganha certamente. Lembram-se da tendência tradição/inovação? É isto!

fotografia©sofiapinheiro

E... é isto também! Falo da marca dinamarquesa &tradition que para além de um stand original dentro de um contentor, fez o catálogo gráficamente mais perfeito de toda a feira, na minha opinião. Prémio para o melhor catálogo, atribuo eu! Embora, neste caso, a experiência do digital não possa nem chegar perto do prazer de folhear o  verdadeiro catálogo em papel com as suas diferentes texturas, gramagens e acabamentos, quem quiser fazer o download em pdf é aqui. Vale a pena, porque a paleta de cores suaves, o lettering funcional e elegante, todas as imagens e até o texto do seu manifesto o merecem. Mas voltando às peças que editam, selecciono este sofá, desenhado por Arne Jacobsen em 1939 e reeditado em 2012 como a minha peça de eleição. Provavelmente não é o mais confortável do mundo para uma tarde de chuva e filmes, mas tem umas linhas tão harmoniosas que era capaz de lhe arranjar lugar na minha sala.

Imagem &tradition
Mais dois belos exemplos de reedições com desenhos que remontam às décadas de 20/30 do século passado. Neste caso são os candeeiros da marca Anglepoise à esquerda, e Lamp Gras à direita. O candeeiro azul tem mais de 2mts de altura, é uma peça impactante e também o trazia comigo de boa vontade!

fotografia©sofiapinheiro

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

HALL 7 "SCÉNES D´INTERIEUR ET EDITEURS

Agora que à boa maneira portuguesa, agora que já despachamos o café, podemos começar a trabalhar. E para isso precisamos da planta do espaço. Visto assim, dificilmente se consegue imaginar como é enorme este recinto. Está divido em Halls, ou grandes pavilhões, numerados de 1 a 8 e onde se organizam as diferentes áreas no campo da decoração.  




Em algumas delas passei a correr, só para não dizer que não via, mas na verdade há áreas que me interessam menos. No Hall 7 os stands sumptuosos das grandes marcas de prestígio, algumas que chegaram pela porta da moda e da alta-costura como a Missoni, a Fendi, a Ralph Lauren parecem pequenos palacetes a que não faltam colunas e vasos a ladear a entrada. Não perdi tempo a entrar. Ainda no 7 estão os principais editores de tecidos que também não me interessaram particularmente, até porque tenho tendência a preferir os lisos aos grandes estampados que me cansam demasiado. Abro excepção para a Designers Guild que já sem o fascínio incontestável de outras épocas continua a ter o seu lugar na vanguarda das tendências. Seleccionei para publicar aqui o linho em degradé de rosa que adorei. Faz parte da nova colecção de estampados tie-dye, Saraille de seu nome. Linda! 
Quanto ao candeeiro de pé em ferro com o prato em esmalte verde-água também achei uma peça muito bonita embora preferisse vê-lo num ambiente mais despojado onde pudesse realmente evidenciar-se pela sua simplicidade.

fotografia©sofiapinheiro

CAFÉ ELLE DECO

Para terminar a ronda pelos cafés, só uma espreitadela no da ELLEdeco. Aqui as tábuas de madeira são reais e os candeeiros enormes parecem saídos de uma paisagem submarina. Bancos corridos com almofadas brancas e bom som ambiente, ou não fosse a parceria com a BOSE.

fotografia©sofiapinheiro

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

CAFÉ MILK MAGAZINE

Outro espaço de lazer que também merece aqui uma referência é o café da Milk Magazine. Só fotografei pormenores porque há sempre tanta gente a passar que é dificil conseguir um plano geral destes. Por isso a primeira imagem é da própria revista, as seguintes fotografei eu para que vissem bem os pormenores de que vos quero falar.

imagem Milk magazine
fotografia@sofiapinheiro
O chão é de um material como o MDF, ou contraplacado, ou algo desse tipo que depois foi submetido a um tratamento de pintura à maneira de Jackson Polock. As latas utilizadas neste trabalho ficaram depois sobre as mesas e serviam para guardar os materiais de divulgação. Os bancos são estes de aspecto industrial, outra das tendências muito presente na feira. Achei criativo e realizado com poucos recursos, ou seja,  tudo aquilo de que eu gosto.



ACEITA UM CAFÉ?

Então agora que já entramos, vamos tomar um café. Só um, porque o café não presta e é caro. A oferta é variada, cada um dos espaços espalhados pelo recinto da Feira é da responsabilidade de uma revista de decoração e vou começar por mostrar-vos o primeiro, que é também o meu preferido. Café da Marie Claire Maison:

fotografia©sofia pinheiro

O ambiente está desenhado com a arte de quem sabe criar requinte com uma aparência despretensiosa. Difíciiiiil. 
As paredes estão revestidas a papel de parede com efeito de tábuas de madeira recuperadas, intercalado com outro que simula molduras de gesso trabalhado. O chão de cimento foi demarcado com rectângulos de vinil brilhante na zona das mesas. As cadeiras são brancas, todas de modelos diferentes. O candeeiro na zona do balcão é este, uma obra prima cujo preço aproximado ao de uma carteira Chanel me impede de tecer mais considerações :-) O Ikea tem candeeiros brancos semi-esféricos, pronto.
A cereja no topo do bolo, são as letras fluorescentes que nos indicam de forma inquestionável a quem pertence este espaço tão trendy. O café não é grande coisa... mas quem se importa com isso?

fotografia©sofia pinheiro



MAISON ET OBJET PARIS 2013

fotografia ©sofia pinheiro
Cá estou eu de regresso para vos falar da Maison & Objet e de toda a inspiração que recolhi e quero partilhar convosco.
Mas entremos então na feira, que lá fora está mesmo muito frio... Nem sei bem como começar, mas talvez, pela Vivant, uma exposição assinada pelo observatório de tendências do próprio evento e que nos apresenta aqui a sua perspectiva acerca do futuro próximo. Esta exposição divide-se em três módulos correspondentes a três tendências diferentes e a minha preferida é a Pionnier que se debruça não só sobre as novas tecnologias e materiais aplicados ao design, mas procura referências de tradição e valores como a durabilidade e resistência em oposição ao descartável e efémero. Segundo lemos no painel de entrada: "Vira-se uma página. A obsolência programada dos produtos está a chegar ao fim."




A forma de apresentação deste futuro é feita através de objectos recolhidos nos vários stands expositores e recria diversas zonas de um ambiente doméstico, um quarto, um escritório, uma zona de refeições. Vejam que todas as peças têm uma etiqueta que corresponde ao stand onde podemos encontrar cada um dos objectos seleccionados para a exposição. 




sábado, 19 de janeiro de 2013

VOU ALI E JÁ VOLTO!


Uma das coisas boas de adorar a profissão é que podemos divertir-nos e dizer sempre que é trabalho. Amanhã parto para 3 dias de trabalho esgotante :-) na feira de Paris Maison et Objet. Vou tentar publicar no blog e no facebook com o telemóvel a partir de lá mas não sei se consigo. Também não permitem fotografar, embora normalmente consiga obter nos stands autorização para o fazer. Veremos... De qualquer forma trarei novidades para a semana. Venham até cá!


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

PARA QUEM GOSTA DE BRICOLAGE

imagem Manhattan Nest
Descobri um novo blog através de um post no design sponge e quero partilhar convosco. Provavelmente alguns de vocês já conhecem, dado que ficou em segundo lugar no concurso de Best Home Design blogs do Apartment Therapy, mas a mim escapou-me, tenho andado um pouco afastada da blogosfera (a tal palavra outra vez...).
Para além de bem escrito, com muito sentido de humor, ensina de forma prática, passo-a-passo, a fazer a recuperação de mobiliário antigo, pequenos arranjos em casa e até uma remodelação da cozinha faça-você-mesmo, que já me provocou um sorriso pela forma como nos é apresentada:
"Bem-vindos à mais longa remodelação de cozinha de sempre. Sentem-se. Bebam qualquer coisa. Tomem um Xanax. Aqui está uma enfermeira para vos induzir um coma e talvez quando acordarem dentro de um ano eu tenha feito alguns progressos."

Divirtam-se e aprendam com o Manhattan Nest


segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

UM SÉCULO DE INTERIORES PORTUGUESES

 Nuno Ferreira da Silva para o Público
A exposição do MUDE "100 Anos de Arquitectura de Interiores em Portugal" estava na lista de coisas a fazer este ano e finalmente ontem fui visitá-la. Em primeiro lugar acho de louvar a escolha deste tema e gostando de interiores como gosto e fazendo desse gosto a minha profissão estava cheia de curiosidade. Na verdade o nome dado à exposição é ambicioso e cria grandes expectativas. Estas são reforçadas logo à entrada pelo belíssimo painel negro com o lettering recortado por onde se antevê o espaço expositivo que promete grandiosidade. No entanto depois de percorrido na sua totalidade fica a desilusão: só isto? Em vez de Exposição seria mais correcto chamar-lhe uma pequena mostra, caso contrário parece que a montanha pariu um rato. E 100 anos? Hmmmm... Não estou a tirar mérito aos comissários Pedro Gadanho e Rui Afonso Santos que tiveram esta excelente ideia, não deve ser fácil organizar uma exposição com estas características mas ficou tanta coisa de fora, nem sequer há um catálogo, fichas informativas... nada que consolide a informação ou que a contextualize melhor. Do ponto de vista da organização espacial, foi criada pelos arquitectos Marcelo Dantas e Olga Sanina uma estrutura de madeira não tratada, bonita mas que se impõe de uma forma excessivamente pesada na minha opinião, retirando protagonismo às peças. Parece que estamos no corredor da morte a olhar para as celas e o que lá está dentro parece já morto e triste. Os Interiores contam histórias, modos de vida, são documentos sociológicos importantes e acredito que na era da imagem seria possível dar outro dinamismo a estas peças.

 Nuno Ferreira da Silva para o Público

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A BLOGOSFERA

Segundo parece quando escrevemos num blog ficamos a pertencer a uma entidade anónima a que chamam blogosfera. O termo sempre me desagradou embora aparentemente faça parte da coisa pelo simples facto de ter um blog. Acontece que arrumar toda a gente no mesmo sítio não me parece nada correcto. Por um lado tenho uma certa aversão a pertencer ao que quer que seja. Não consigo nunca subscrever inteiramente nada, nem políticas, nem religiões, nem modos de vida fundamentalistas, sobretudo nada que me impeça de pensar pela minha própria cabeça. 
O segundo aspecto que não suporto é o das polémicas. A forma como as pessoas começam todas em uníssono a discutir a mesma coisa com um envolvimento tão intenso como se não houvesse mais nada na vida. Isto acontece com declarações políticas absurdas que se espalham de forma viral, com a notícia de que se vai abater um cão ou com o depoimento de uma miúda que quer comprar uma carteira. Eu fico espantada com tudo isto e sinto-me mesmo uma outsider. Se isto é a blogosfera e as redes sociais eu não quero, estou fora!
A forma como encaro a vida é a seguinte: só entra o que eu quero. Se algo me desagrada não dou atenção (e não dar atenção significa também retirar o meu voto, tenho o já raro costume de votar em vez de ir para a praia, ao contrário daqueles que pensam que exercer a cidadania é colocar posts acesos no facebook). 
Se hoje estou a abrir uma excepção é porque quero partilhar convosco, para que fique bem clara qual a minha postura individual enquanto blogger que tem sérias dúvidas quanto a pertencer à dita blogosfera. Em primeiro lugar faço isto porque gosto. É como escrever um diário, obriga-me a estar atenta, a seleccionar o que vale a pena partilhar, a pensar e analisar  as imagens antes de escrever sobre elas e tenho a certeza que sou uma melhor profissional por causa do blog. 
Embora saiba que eventualmente alguém lê o que escrevo, não escrevo sobre coisas polémicas para aumentar os comentários ou para ser citada noutros blogs, sendo que é dessa forma que muita gente gera audiências. As minhas audiências têm crescido de forma consistente tal como a página do facebook e prefiro que o ritmo seja este, devagarinho mas com ética :-)
Também não estou interessada em transformar o blog num veículo de publicidade oculta. Quem lê o que escrevo sabe que é uma opinião isenta, ninguém me paga para falar desta ou daquela marca. As marcas de que eu gosto, gosto mesmo e não ganho nada com isso. 
E por hoje não vos aborreço mais, só achei que neste começo de ano tinha de escrever isto...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

BRANCO

Mais uma casa bonita de Heather A Wilson Arquitect. Para além da estrutura arquitectónica gosto da conjugação do branco com as cores suaves, da forma como a luz entra pelas janelas e das portas de correr inspiradas nas portas de celeiro, uma tendência de que se fala também aqui








segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

REMODELAÇÃO CONTEMPORÂNEA

Para compensar os dias menos assíduos aqui vai o segundo post do dia, mais uma casa que vão adorar. Via marie claire maison. Um bom exemplo de um apartamento antigo, remodelado com peças contemporâneas que apesar de tudo não o descaracterizam. 
E lembram-se de termos falado nos lençois de linho amachucados? Aqui estão eles de novo a confirmar uma tendência que eu adoro. Prática, amiga do ambiente e económica. Podemos pedir mais?









quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

AS COISAS

Estamos em época de organizar. Bem sei que é importante reduzir, mas por mais que me esforçe tenho sempre alguma tralha acumulada, as coisas aparecem, nem sei bem como. É o folheto que nos dão para a mão à porta do supermercado, o catálogo que enfiam dentro do saco na loja e um bric-a-brac de coisas miúdas que não sabemos onde guardar, nem como organizar e, pior... se quisermos livrar-nos delas não fazemos a menor ideia em que contentor do lixo as devemos colocar, nem se são recicláveis ou não.
A este propósito quero mostrar-vos o trabalho de dois fotógrafos, Huang Qingjun, chinês que  convenceu vários cidadãos asiáticos a juntar todos os seus parcos haveres à porta das suas habitações.


E a sueca Sannah Kvists que no seu projecto All I Own, fotografa jovens nascidos na década de 80 e tudo o que acumulam nas suas residências de estudante.


As diferenças são assinaláveis e a análise destas imagens dava um tratado. Aparentemente nos países ricos ocidentais (agora cada vez menos ricos, parece...) precisamos imenso de sapatos e de objectos decorativos e muito menos de utensílios relacionados com a preparação de refeições. Aquilo que é essencial para uma e outra cultura está bem patente aqui e é fácil de perceber que o minimo essencial para nós ocidentais é mesmo MUITA COISA!
Há algo de profundamente errado na forma como a nossa cultura evoluiu e claro que não estou de modo nenhum a fazer a apologia da miséria, mas há tanto para reflectir quando vemos estas imagens.
Vamos reduzir um pouco?


OBRIGADA e BOM ANO!

via pinterest 

OBRIGADA por me acompanharem e seguirem aqui no blog mesmo quando eu não arranjo tempo para actualizar diariamente os posts.
OBRIGADA especialmente a todos os que se dão ao trabalho de comentar de vez em quando! Um blog não é como o facebook em que basta um clic para erguermos o polegar, aqui é preciso clicar mais vezes, preencher coisas e decifrar letras torcidas. Os que ultrapassam isso tudo e ainda assim dizem de sua justiça, são muito especiais para mim! 
OBRIGADA também aos que me seguem em silêncio mas de forma persistente, de vez em quando conheço alguns de vós ou recebo um e-mail e fico agradavelmente surpreendida!

Para 2013 quero continuar a fazer crescer este espaço, mesmo que o retorno e o feed-back noutras redes seja muito mais imediato, acredito que o tempo e energia que dedico ao blog são importantes e espero conseguir concretizar muitas das ideias que tenho para aqui. Continuar a responder a dúvidas - claro,  partilhar dicas, divulgar designers e exposições, tudo isto da forma consistente que só este meio me permite. Continuem a aparecer! Teremos um excelente ano por aqui!